por Débora Gares

Que o investimento no futebol feminino está muito aquém daquele feito na mesma modalidade, mas de categoria masculina, não é novidade. Que as Olimpíadas do Brasil acabaram deixando um legado mínimo para o esporte nacional, é uma constatação fácil, ainda que dura. Mas entender exatamente quão longe o futebol praticado pelas mulheres está do ideal é algo que só se descobre observando, no dia a dia, as dificuldades enfrentadas por cada uma daquelas que ainda tentam prosperar nesse campo.

E foi mergulhando em uma das tantas histórias que existem por aí que eu guardei o cartão que me foi entregue pela treinadora Cristina Lima no final do ano passado. Nos conhecemos quando eu participava de um seminário sobre “Jogos Olímpicos, Mídia e Cultura” e, em poucos minutos de conversa – conversa mesmo, e não lamúria –, ela provou que conhecia como ninguém os problemas enfrentados por quem pratica a modalidade no país. De quebra, me convidou a assistir uma aula dela. E no último domingo, eu aceitei o convite e fui ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Lá, garimpei boas informações:

“Ainda tem muitas meninas que sonham vir pro Rio porque acham que vão encontrar lugares para praticar futebol. Mas é triste dizer que este é um dos estados mais precários pra isso. E não por falta de gente para jogar. Nem de clubes de bairro: são entre 150 e 200 times espalhados pelo Rio, até muito para um estado que não dá valor ao futebol feminino. Mas quando se procuram times de alto rendimento, só se encontram três: Flamengo/Marinha, Vasco e Duque de Caxias”, disse Cristina, que está fazendo um levantamento desses clubes de bairro para a sua tese de graduação.

Além desse, foram outros os dados e as curiosidades compartilhadas sobre o assunto e condensadas no vídeo que você confere abaixo.