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Quarta, 05 Setembro 2018 20:18

Campolina F.C. volta às origens, agora é investir na base pra garantir um futuro vencedor

Fonte/Escrito por  lucineyesmeraldas.wordpress.com
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Quem acompanhou o futebol esmeraldense nas décadas anterior a 90 se sente saudoso de uma forma diferenciada de fazer futebol na cidade.

Era comum os clubes manter seus “times de meninos”, e desses muitos iam sendo aproveitados no segundo quadro (que fazia a preliminar) composto por jogadores mais velhos que passava experiência aos recem chegados ao grupo adulto e que futuramente alcançariam o quadro principal ou primeiro quadro como era era chamado.

Com essa prática atletas dos municípios se destacavam e chegavam até vestir a camisa dos dois clubes do centro, atuar no Vasco ou no Campolina era o desejo da garotada pois dalí vislumbravam e com razão a possibilidade de alcançar espaço em times profissionais. Também era nos campos do centro que aconteciam algumas “peneiradas” de clubes como Cruzeiro, Atlético, América, Vila Nova com atletas jovens em busca de novos talentos.

Com o tempo isso foi se perdendo, alguns times acabaram com seus times de crianças e essas crianças passaram a admirar outros esportes, prova disso é o Otávio filho do “Pantera”, o pai um exímio jogador de futebol, vice-campeão do campeonato de Esmeraldas pela Campo Alegre F.C. e seu filho é hoje um dos grandes nomes do voleibol masculino do Brasil.

Isso se deu com uma prática que todos sabiam que um dia se tornaria impossível continuar, os jogadores amadores passaram a cobrar pra disputar o campeonato da cidade e os dirigentes entraram na onda, fechavam “contratos” por sacos de cimento, milheiro de tijolos, caminhões de areia, remédio para parentes, contas em comércios e na sequência vieram os mais novatos cobrando em dinheiro, o mercado ficou aquecido e começaram essa prática suicida de trazer jogadores de outras cidades como Contagem, Betim, Belo Horizonte, Matazinhos dentre outras, só que chegou o momento que somente alguns clubes não conseguem mais pagar pois sobrevivem a duras penas, precisam fazer vaquinha pra pagar o transporte, a higienização do uniforme, as taxas na Liga e etc. E agora, como resolver isso?

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O Campolina F.C. que completou 93 anos de história em agosto de 2018, apesar de ser considerado o time de melhor condições financeiras do município, já repensou o seu futuro e segundo apuração do blog lucineyesmeraldas, a partir de 2019 não adotará mais a prática de contratar um time de “medalhões de fora” pra disputar uma competição, o Tricolor vai voltar as origens e investir seriamente nas categorias de base formando time que coloca amor na chuteira como diz os boleiros mais antigos, além disso o clube de olho no mercado crescente e nas legislações que regem o futebol, apostará na formação de atletas que ao alçarem novos horizontes futuramente para o exterior trará lucros ao Campolina F. C. como seu clube formador, isso acontece por exemplo com o Lua Nova de Tijuco que hoje colhe os frutos da venda para o exterior do seu atleta Bruno Henrique na sua ída para o clube Wolfsburg da Alemanha e dentro em breve colherá novamente pelo seu retorno para o time do Santos.

O Campolina tem hoje algo em torno de 250 garotos na sua base, as chamadas escolinhas, não há cobrança de taxa mas sim doações e também um programa de sócio-torcedor, o Kit do uniforme da criançada também é comercializado, assim mantém o trabalho que além de uma bela e divertida prática de esporte, ajuda na formação de bons cidadãos.

Pensando o ano de 2019, o Tricolor já aprovou um projeto no valor de R$ 250.000,00 que atenderá 300 (trezentas) crianças e 25 (vinte e cinco) funcionários sem investimento político, o dinheiro é oriundo de empresas que repassam ICMS através da Lei de Incentivo ao Esporte, a L525.

Hoje o Campolina F.C. tem mais de 10 atletas nas categorias de profissionais nas equipes do Atlético, América, Cruzeiro, Betinense, Fernandópolis de SP, Novo Horizontino SP, AMDH, Ponte Preta SP e Avai SC, esses jogadores podem dar algum retorno financeiro ao Campolina.

O Vice-presidente da Liga Esmeraldense de Desportos João Marcos alerta: -“Participei de um seminário a respeito, temos que ficar bem atentos pois transferências dentro do país não se ganha . Somente ganha como clube formador se tiver registro do atleta no clube na liga de origem e por conseqüência na FMF, portanto o primeiro passo é registrar o atleta e depois acompanhar. Somente os clubes onde o atleta passa antes de 21 anos.

O Campolina, atual Campeão da série “A”, hoje liderando o ranking da cidade com 01 título a frente do rival, se tornou Campeão do Campeonato Sub 17 em agosto/2018.

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