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Quarta, 29 Maio 2019 22:10

Campanha histórica e início na várzea: Taubaté é destaque na Série A-2

Fonte/Escrito por  cbf.com.br
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Projeto do futebol feminino no Taubaté surge no final dos anos 1990 a partir de times de bairro na região. Clube briga por vaga nas quartas do Feminino A-2

Taubaté - Brasileiro Feminino A-2 2019

Créditos: Rafael Citro/EC Taubaté

Quantas histórias concentra um campinho de futebol de bairro? Crianças com a bola nos pés nunca faltam, sejam elas meninos ou meninas. Da várzea, pode surgir apenas mais uma diversão, mas nem tudo é somente recreativo - do campinho pode surgir, também, todo um projeto de futebol feminino profissional. É este o caso do Taubaté, clube de São Paulo que briga por uma vaga nas quartas de final do Brasileiro Feminino A-2 de 2019.

Nesta quarta-feira, o Burro recebe o Esmac-PA para confronto no Joaquinzão, na cidade de Taubaté (SP), às 15h. O confronto de ida, na quinta-feira (16), terminou empatado sem gols no Mangueirão (Belém, PA). Quem garantir a vaga nas quartas de final terá pela frente o São Paulo, ainda com datas a definir.

O início de tudo

Na região do Vale do Paraíba, Taubaté é apenas mais uma das cidades a repercutir a forte cultura do futebol feminino no estado de São Paulo. Vendo tamanha concentração de times de bairro compostos por meninas, no final dos anos 1990, Arismar Costa visualizou uma oportunidade de levar a categoria à frente com uma estrutura profissional no município - e sempre no campo, que acreditava ser “mais promissor que o futsal”.

Começou então a busca por parceiros para o projeto, mas sem sucesso. O retorno positivo veio do clube União Operária, onde Arismar levou à frente a iniciativa de uma equipe de futebol feminino profissional pela primeira vez. Alguns anos depois, esse mesmo projeto mudaria de casa - a iniciativa foi transferida ao Taubaté, à época sob direção de Carlos Caboclo no departamento de futebol. O resto é história.

Futebol feminino no Taubaté - 1999

Futebol feminino no Taubaté começou no final dos anos 1990
Créditos: Divulgação/Esporte Clube Taubaté

Panorama atual e a marca histórica no Feminino A-2

O clube financiou o futebol feminino por conta própria na gestão de Caboclo, mas hoje se mantém em parceria com a Prefeitura de Taubaté. O acordo foi firmado em 2007, quando a categoria ressurgiu no clube (foram alguns anos de pausa no início dos anos 2000). O clube elabora o planejamento e o encaminha ao governo municipal, que aprova o projeto e faz o repasse de verba diretamente aos cofres da equipe do Vale da Paraíba

Estreante no Brasileiro Feminino A-2, o Taubaté se destacou ainda na primeira fase por campanha similar a de grandes clubes do cenário nacional, como Palmeiras e São Paulo. Em cinco jogos disputados no grupo 5 - chave que tinha Cruzeiro, Fluminense e Vasco, além de Aliança-GO e Cresspom-DF -, o Burro garantiu 100% de aproveitamento.

A campanha perfeita, compartilhada com os outros dois clubes paulistas, é uma marca inédita na segunda divisão do futebol feminino nacional. Nas duas edições passadas da Série A-2, nenhuma equipe tinha terminado a fase de grupos com cinco vitórias em cinco jogos.

- Atribuímos a maior parte (do desempenho positivo) à manutenção da equipe. Embora algumas atletas sejam bem jovens, já estamos juntos há três anos consecutivos. Isso facilita muito o trabalho, o entendimento da proposta de jogo e nossas ações, no entrosamento. Por conhecer o projeto e a forma que nós trabalhamos. Creditamos esse trabalho de médio a longo prazo como um dos fatores responsáveis por esse retrospecto positivo - disse o técnico Arismar Júnior à reportagem da CBF.

Taubaté 1 x 0 Fluminense - Brasileiro Feminino A-2 2019

Marca inédita: Taubaté foi um dos três clubes a manter 100% de aproveitamento na primeira fase do Feminino A-2  Créditos: Bruno Castilho/E.C. Taubaté

Família em campo

Nos bastidores do Taubaté, quem dá as cartas é Arismar Costa. No campo, quem comanda é Arismar Júnior. Os nomes não são mera coincidência: os dois são pai e filho. No Burro, a história do futebol feminino passa diretamente pela família dos dois Arismar, que juntos são peças essenciais no cotidiano da categoria.

- A influência familiar nesse projeto transcende as quatro linhas. Somos muito orgulhosos de tudo que meu pai construiu, batalhou. Estamos muito satisfeitos de dar continuidade ao projeto do futebol feminino, tanto do Taubaté quanto da região. Tenho muito a agradecer a todos que, lá no passado, batalharam para que essa modalidade acontecesse. E meu pai é um deles. Hoje, é mais uma responsabilidade que eu tenho, como filho e treinador da equipe, que é fazer com que esse projeto siga dando certo, podendo crescer e evoluir, fazendo a nossa modalidade cada vez mais forte - celebrou Arismar Júnior.

O Taubaté entra em campo às 15h desta quarta-feira (29), no Joaquinzão (Taubaté, SP), para encarar o Esmac-PA na briga pelo avanço no Brasileirão Feminino A-2. O jogo de ida das oitavas de final do torneio nacional terminou empatado em 0 a 0. O vencedor do confronto irá às quartas de final e terá pela frente o já classificado São Paulo, ainda com datas a definir.

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