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Transferência de Ganso ao Sevilla deve render R$ 200 mil à Tuna Luso

Time paraense reúne súmulas e demais documentos que comprovam vínculo do meia dos nove até quase 14 anos. Processo de cobrança já está em andamento

Por Jorge Sauma Belém

Paulo Henrique Ganso criança, na Tuna Luso, de Belém (Foto: Arquivo Pessoal)Paulo Henrique Ganso: primeiro clube do atual jogador
do Sevilla foi a Tuna Luso (Foto: Arquivo Pessoal)

Além do Paysandu, a Tuna Luso também acionou seu corpo jurídico para cobrar o percentual de clube formador do meio-campista Paulo Henrique Ganso, que foi negociado pelo São Paulo com o Sevillapor R$ 34,4 milhões no último dia 16 de julho. Segundo o presidente do time paraense, João Rodrigues, a Águia Guereira tem direito ao montante aproximado de R$ 200 mil.    

– Pelas normas da FIFA de transferências internacionais, nós da Tuna temos direito a um percentual, que fizemos os cálculos e dá algo em torno de 0,6% do total negociado pelo São Paulo. Mantivemos contato com o representante deles (do Tricolor) e nossos advogados estão de posse de toda documentação necessária para buscar esse valor – explicou o mandatário.   

Além de súmulas de jogos, a Tuna Luso garante ter carteiras e outros documentos que comprovam o vínculo com o clube dos nove até quase 14 anos. Em seguida, Ganso foi para o Paysandu e, posteriormente, levado ao Santos pelo ex-jogador Giovanni Oliveira, que atuou no Barcelona e Seleção Brasileira.    

Filipe Rino, advogado especialista em direito desportivo, explicou ao GloboEsporte.com que a cobrança da quantia precisa ser feita diretamente aos espanhóis do Sevilla. Ele esclarece que, tanto a Lei Pelé quanto o estatuto de transferência da FIFA, ordenam que os clubes adquirentes dos direitos federativos de atletas são os responsáveis pelo repasse.    

– A Lei Pelé e o estatuto da FIFA dizem que o clube que adquire os direitos do jogador precisa reter 5% do montante da transferência para fazer, exclusivamente, o repasse aos clubes formadores. Então, a Tuna deve cobrar do Sevilla esse valor e assim sucessivamente dos demais clubes que ele jogar, caso aconteça negociações futuras – disse.    

Caso passado   

Em dezembro do ano passado, o Santos recebeu parecer favorável na Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, em um processo onde a Tuna Luso cobrava este mesmo percentual, ainda pela primeira negociação envolvendo o jogador, à época do Peixe para o São Paulo. Desde então, o time do Pará não efetuou o pagamento de cerca de R$ 90 mil acrescido dos custos processuais, conforme determinação da Justiça.   

– Nesse caso, a Tuna não tinha direito, pois se tratava de uma transferência nacional, onde só começa a contabilizar a solidariedade a partir dos 14 anos. A partir do momento que Ganso foi para fora do país, a Tuna passa a ter essa condição de formadora, pois a contagem acontece depois dos 12 anos – esclareceu Rino. 

Ganso Sevilla (Foto: Reprodução/Instagram)Ganso em seu novo clube, o Sevilla, onde será comandado pelo argentino Sampaolli (Foto: Reprodução/Instagram)

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