Manchester, Noroeste, Corinthinhas, Palmeirinhas, Meninas City e Crazy Girls. Inspirados em clubes já conhecidos por torcedores ou que representam a personalidade de uma comunidade, são nomes escolhidos por algumas das equipes inscritas para o 1º Festival de Futebol Feminino que será realizado nesta sexta-feira (15), entre 8h e 17h, no Complexo Esportivo Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. O torneio terá 74 equipes de futebol de várzea da capital paulista, litoral e interior do Estado, além de times do Rio de Janeiro e do Paraguai.

O evento é organizado pela Liga Amadora de Futebol Feminino de São Paulo e pelo procurador federal aposentado Otacílio Ribeiro, presidente da Associação dos Clubes Mantenedores da Área de Esportes, Lazer e Cultura do Campo de Marte. Serão 36 partidas disputadas simultaneamente em seis campos pertencentes a alguns dos mais antigos e tradicionais times de várzea paulistana.

"Este será o maior festival esportivo feminino do mundo. Nunca, em época alguma, se reuniram mais de mil jogadoras em um só evento, apenas um local e em um único dia para jogar bola", projetou Otacílio Ribeiro, que é uma espécie de protetor da área de aproximadamente 50 mil metros quadrados, cercada pela floresta atlântica, localizada no bairro da Casa Verde, a apenas quatro quilômetros do marco zero de São Paulo.

 

Atletas exaltam evento

A atacante Nathalia Vertero, que atua pelo ACAFF, de São Bernardo do Campo (SP), lamentou o fato de a sua equipe não estar inscrita na competição que considera uma ótima oportunidade de obter mais exposição dentro da várzea ou mesmo para buscar uma vaga em um time profissional.

"Creio que tem uma importância imensa. Parece que agora o futebol feminino está tendo um pouquinho mais de visibilidade. Quem sabe aumentam as chances de atuar em equipes profissionais?", projetou a jogadora, vice-artilheira da Copa da Rainha do ano passado, com seis gols — a atleta se machucou durante o torneio e o time foi eliminado.

Aos 27 anos, casada e mãe de uma menina, Nathalia diz estar à procura de outras equipes para seguir fazendo aquilo que mais ama: jogar futebol. "Ter um salário pelo menos próximo dos salários de times masculinos e assim viver somente do futebol", complementou.

Jogadoras da seleção brasileira e de times profissionais, como a lateral-esquerda Tamires (Corinthians), se engajaram na campanha para promover o festival de futebol feminino. A meia Andressa dos Anjos, do São Paulo, desejou boa sorte às competidoras, mas revelou a torcida pelo A.N.E, de Mogi das Cruzes.

As inscrições para o campeonato são gratuitas e cada participante levará para casa um troféu. A organização do evento arcará com as despesas relativas aos campos, bolas, arbitragem, troféus, faixas e cartazes, entre outros gastos. As delegações de outras localidades viajaram com recursos próprios.