
A Europa ganhará um novo Rei neste sábado. Depois de doze guerras vencidas dentro de campo, um bravo exército será coroado na final da Liga dos Campeões da Europa, em Berlim. O "triplete", como é chamado na Espanha e na Itália, ou a Tríplice Coroa, para nós brasileiros, só pode ter um dono: Juventus ou Barcelona. A bola rola às 15h45 (de Brasília) no Estádio Olímpico em jogaço comtransmissão ao vivo da TV Globo e GloboEsporte.com – o site fará um pré-jogo especial a partir das 12h.
Barça e Juve massacraram seus adversários durante a temporada. Comandados pelo tridente Messi, Neymar e Suárez, que já marcou 120 gols, os catalães ganharam o Espanhol e a Copa do Rei. Os italianos, com disciplina tática e coragem, ganharam o scudetto e a Copa da Itália. No confronto da agressividade contra a inteligência na estratégia, o Barcelona chega como favorito por seu talento individual, mas Tevez e companhia já provaram que são capazes de montar uma muralha intransponível nesta fase eliminatória da Champions.
Estádio Olímpico está pronto para receber os candidatos à Tríplice Coroa (Foto: Getty Images)
OITAVA “TRÍPLICE COROA” A CAMINHO
O clima de ansiedade é grande nas duas equipes. Se pudessem, Barcelona e Juventus dariam uma de Napoleão e coroariam-se a si mesmos, mas primeiro precisam vencer, em 90 minutos, 120, ou ainda nos pênaltis, para colocarem o nome numa página seleta da história, onde até hoje só sete esquadrões entraram: Celtic (1967), Ajax (1972), PSV (1988), Manchester United (1999), Inter de Milão (2010), Bayern de Munique (2013) e o próprio Barcelona de 2009.
A missão do Juventus é mais difícil. Principalmente por ter perdido um de seus homens mais imponentes, o zagueiro Chiellini, por lesão. Ele deixou a mensagem para seus companheiros: "Vencer não é o mais importante, é a única coisa que conta". A Velha Senhora volta a uma final de Champions depois de 12 anos, e o único remanescente daquela geração é Gianluigi Buffon, que busca o seu primeiro caneco curiosamente no palco onde se consagrou como campeão do mundo em 2006.
- O estádio é conhecido para a gente, mas não é mais italiano do que espanhol por isso. Eles têm vantagem e com mérito, pois têm grandes valores individuais. Com Suárez, Messi, Neymar, e ainda Iniesta, eles são favoritos contra qualquer time, mas contra um grupo como o do Juventus, com estes jogadores, não acho a gente seja a vítima sacrificada da cena - disse o goleiro.
O Juventus tem dois títulos da Liga dos Campeões, mas é também o time que mais perdeu decisões - cinco vezes, junto com Benfica e Bayern de Munique. Por outro lado, o Barcelona possui retrospecto positivo: quatro em sete decisões disputadas. Enquanto apenas quatro jogadores do elenco alvinegro já levantaram a “orelhuda” (Piro, Evra, Tévez e Morata), no Barça é mais fácil falar de quem ainda não ganhou no elenco: Neymar, Suárez, Ter Stegen, Rakitic, Jordi Alba, Rafinha, Bravo, Douglas, Vermaelen, Mathieu e Masip – apenas os cinco primeiros são titulares.
Tevez descansa em treino do Juventus na véspera da decisão (Foto: EFE)
SEM CHIELLINI CONTRA O MSN
A maioria deste time comandado por Luis Enrique também já foi coroada com o triplete, inclusive Messi. Em uma das melhores fases de sua carreira, o argentino é o artilheiro da Champions - empatado com Cristiano Ronaldo, com 10 gols - e tenta ser o primeiro jogador da história a marcar em três finais distintas de Champions. Seu histórico é intimidador: são 58 gols e 27 assistências em 56 jogos na temporada – e sete gols nos últimos cinco jogos contra italianos. Isso sem mencionar Suárez e Neymar, seus companheiros de ataque...
- Tudo é possível no futebol. Não há time melhor em uma final. Quem estiver melhor vai ser vencedor, e vamos fazer de tudo para sermos nós - comentou Neymar, descartando o favoritismo na véspera da final. O brasileiro tem nove gols na Champions (é vice-artilheiro) e sonha em balançar as redes no “jogo de sua vida”, como define.
Messi e Suárez na atividade do Barcelona: com a companhia de Neymar ainda é mais divertido (Foto: AP)