Independência ou Mineirão? A escolha do estádio em que o Atlético-MG pode mandar seus jogos depende de muitos fatores. Na época do presidente Alexandre Kalil, a superstição era um dos motivos de manter os jogos no Horto. Afinal, caiu lá está morto. Mas foi no Gigante da Pampulha que o Galo conquistou a Libertadores, a Recopa e a Copa do Brasil. Retrospecto, capacidade, acesso, pressão, história. Para todos estes aspectos, há argumentos para os dois estádios. Porém, há um fator que não pode ser discutido: a questão financeira.
Presença da torcida atleticana no Mineirão tem rendimento ótimas arrecadações ao clube (Foto: Alexandre Rezende)
Apenas a renda dos dois jogos do Galo no Mineirão, neste Brasileiro, contra Joinville e Sport, paga um terço – cerca de 33% - da folha salarial do Atlético-MG, que é de R$ 6,5 milhões. O dinheiro arrecadado nas duas partidas no Gigante da Pampulha (R$ 2.147.096) é cinco vezes maior que soma da renda de todos os outros confrontos disputados no Independência, nesta competição nacional.
A atual renda média do Galo no Independência, no Brasileiro, é de pouco mais que R$ 106 mil por jogo. Para se ter uma ideia, mantendo esse número, o Atlético-MG precisaria de 61 partidas no Horto para pagar um mês de salário dos jogadores. Ou seja, o clube mineiro precisaria disputar cerca de três edições do Brasileirão, como mandante, para pagar a folha salarial do time. Com a média de renda do Mineirão, o alvinegro só precisa de seis jogos para pagar o honorário dos jogadores.
Tal questão prova que o Mineirão é muito mais vantajoso para o Galo. Fato é que a diretoria, e o presidente Daniel Nepomuceno, estão transferindo mais jogos para o estádio. Depois do sucesso de público nas partidas contra o Sport e Joinville, o Atlético-MG confirmou a partida contra o São Paulo, na 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, para o Gigante da Pampulha.
Marcos Rocha entende que, pelo lado financeiro, o Mineirão é melhor opção (Foto: Bruno Cantini)
Marcos Rocha acredita que o Independência tem uma mística, um aspecto de caldeirão, mas acha que mandar os jogos no Mineirão é vantagem para todo mundo. Tanto pela questão do espaço, que cabe mais atleticanos, quanto pela questão da arrecadação, que ameniza os problemas financeiros do clube.
- Se você for pensar na parte financeira, eu prefiro jogar no Mineirão. Se for um jogo que precisamos pressionar, eu prefiro o Independência. Acho que dá para conciliar estes jogos importantes. Jogo grande dá para jogar no Mineirão, lógico que a gente precisa que a torcida compareça, como tem feito. Se você perguntar para o torcedor, claro que ele gosta de ir ao Mineirão, pelo acesso. Mas na minha opinião, hoje, pensando financeiramente para a equipe do Atlético não sofrer em questão salarial, a gente prefere jogar no Mineirão.
A média de arrecadação do Atlético-MG no Mineirão, neste Brasileiro, é dez vezes maior que a média no Independência. Como foi supracitado, o Galo arrecada R$ 106.239, em média, por jogo no Horto. Enquanto a média, no Gigante da Pampulha, é de R$ 1.073.548.
Público
O Atlético-MG, líder do campeonato, tem o segundo melhor público do Brasileirão, com média de 25.646. O Galo fica atrás apenas do Palmeiras, com média de 31.745, e ocupação de 72%. Mas vale lembrar que o Verdão tem como novidade o novo estádio. Além disso, teve também um jogo que o time atleticano não mandou nem no Independência, nem no Mineirão. A vitória contra o Fluminense, por 4 a 1, no Brasileirão, foi no estádio Mané Garrincha, em Brasília, e teve um público baixo. Foram menos de 12 mil pagantes.
Galo tem mandado a maioria dos seus jogos no Independência (Foto: Bruno Cantini/CAM)
Dos cinco maiores públicos pagantes da competição nacional, o Atlético-MG fez parte de três deles. No último final de semana, a partida entre São Paulo e Coritiba, no Morumbi, assumiu a ponta. Mas os jogos contra Joinville e Sport, no Mineirão, ocupam a segunda e terceira colocação, respectivamente. O quinto lugar também é de um jogo envolvendo o Galo, contra o Flamengo, no Maracanã, com 36.774 pagantes.