Valdir Cardoso Lebrego, o Quarentinha, nasceu em Belém do Pará, onde começou a jogar no Paysandu. De lá passou um ano no Vitória, da Bahia, onde começou a mostrar o faro de artilheiro, a ponto de levá-lo para o Botafogo, em que se destacou como um dos maiores artilheiros do clube alvinegro: 313 gols em 442 gols.
Créditos: Gerência de Memória - QUARENTINHA - DIVULGAÇÃO - Créditos: Gerência de Memória
Quarentinha tinha no chute forte, um verdadeiro pertado de canhota, a sua melhor característica. Era ainda um atacante de muitos recursos, que participou de um time mais famoso do Botafogo, bicampeão estadual em 1967/1968.
Na Seleção Brasileira, ostenta uma excelente média de gols:em 18 jogos, marcou 17. Era um artilheiro de verdade, que tinha uma característica forte na personalidade: não comemorava os gols - muitos belíssimos - que marcava.
O talento de Quarentinha - e a sua timidez - foi retratado com talento em uma bela crônica de Armando Nogueira, um craque do jornalismo.
"Quarentinha, eu o vi jogar muitas e muitas vezes. Era um chutador temível, um atacante de respeito, que fazia tremer os goleiros, fossem quem fossem. Tinha na canhota o que, então, se chamava um canhão. Chutava muito forte, principalmente, bola parada. Era de meter medo. Nos jogos Botafogo-Santos, era ele, de um lado, o Pepe, do outro. Ai de quem ficasse na barreira.Quarentinha nasceu no Pará, filho de um atacante que lhe herdou, intactos, o chute poderoso e o apelido. Não sei se o pai era tão tímido quanto o filho. Quarentinha jamais celebrou um gol, fosse dele ou de quem fosse. Disparava um morteiro, via a rede estufar, dava as costas e tornava ao centro do campo, desanimado como se tivesse perdido o gol."
Quarentinha ainda foi tema de livro: Quarentinha: o Artilheiro que não Sorria (Rafael Casé, Editora Livros de Futebol, 2008)