Primeira mulher a ocupar o cargo de secretária-geral da FIFA desde a fundação da entidade em 1904, Fatma Samoura parece mesmo destinada a romper estereótipos do futebol. Em entrevista recente a AFP, a senegalesa de 55 anos não mediu palavras para enfatizar a necessidade de fortalecer o futebol feminino em escala global.
De acordo com Samoura, o público de uma partida jogada por mulheres na África – continente no qual realizou vários trabalhos pela ONU durante duas décadas – não costuma chegar a 2000 pessoas. A mais recente edição feminina da Copa Africana de Nações, no entanto, teve públicos sempre acima de 13 mil pessoas. Ela usou este exemplo e o da Copa do Mundo de 2015 – que também teve grandes multidões nos estádios – como provas de que o futebol feminino alcançou um novo patamar.
Samoura também classificou como “degradante” o futebol feminino depender da Copa do Mundo masculina como fonte recursos. Para ela, é necessário mudar a ênfase e a forma de enxergar o jogo das mulheres, investindo em visibilidade para atrair patrocinadores e lhe dar autonomia, uma vez que ela acredita que a ascensão da modalidade é “irreversível”.
Com um departamento totalmente voltado ao desenvolvimento do futebol feminino, a FIFA quer dobrar o número de jogadoras registradas, que atualmente é de 30 milhões, até 2026. E a julgar pelas declarações da secretária geral da FIFA, esta é uma meta mais do que razoável.