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A equipe termina como penúltima colocada, acabando sendo rebaixada à primeira divisão, atual Módulo II do Mineiro. Até o presente momento o Siderúrgica não mais voltou a estar na elite do Futebol Mineiro - Enviado por TESTA (Grupo do SENIOR e MASTER)
Amadorismo e penúria
Longe do estrelato, o Siderúrgica passou a disputar a liga amadora de Sabará, lutando para sobreviver com o apoio de poucos sócios e torcedores. Somente em 1993 o clube conseguiu reativar o elenco profissional ao ingressar na segunda divisão do Campeonato Mineiro. Amargou seis derrotas e um empate em sete jogos. O mau desempenho resultou em novo afastamento, que só seria interrompido quatro anos depois, dessa vez para jogar a terceira divisão mineira. A campanha não foi tão ruim, mas insuficiente para o acesso. Restaram como consolo duas vitórias, uma delas sobre o Esportivo de Passos por 4 x 2, em 31 de agosto de 1997. Seu último triunfo em uma partida oficial.
Desde então, entre idas e vindas, a equipe disputou 42 jogos profissionais, incluindo cinco amistosos. Com retrospecto de 11 empates e 31 derrotas, marcou 25 gols e sofreu 123. Após 1997, ficou dez anos sem disputar a terceira divisão. De lá para cá foram cinco participações: 2007, 2011, 2012, 2015 e 2016 – temporada em que somou apenas um ponto em nove jogos. “Era um sufoco. De 30 jogadores, só uns cinco se salvavam. Não tínhamos um time competitivo”, diz Antonio Luiz de Souza, o Tibério, que comandou a equipe nas últimas duas edições da terceira divisão estadual. “Eu acho muito difícil que o Siderúrgica volte a ser um clube de destaque. Tem gente [na diretoria] que quer reerguer o time, mas não tem dinheiro. A oposição muito menos. É uma briga de foice.”
O mandato do atual presidente venceu no início do ano e a diretoria está acéfala, à espera de novas eleições, que só devem ocorrer em 2018. Enquanto isso, um grupo de jogadores treina uma vez por semana em um campo amador emprestado, já que a Prefeitura de Sabará desapropriou o estádio Praia do Ó. A deteriorada estrutura do local, em frente à fábrica da ArcelorMittal, que comprou a Belgo-Mineira na década de 2000, fez com que o clube passasse a mandar suas partidas em Itabira, a mais de 100 quilômetros da cidade. Neste ano, o Siderúrgica realizou quatro amistosos. Perdeu todos. Sofreu 24 gols e balançou as redes somente uma vez, diante do Patrocinense. Em fevereiro, o time viajou 500 quilômetros de ônibus até o Triângulo Mineiro em mais uma empreitada mal sucedida. Levou 9 x 0 do Uberaba e 3 x 0 do Nacional no intervalo de 48 horas.
Único remanescente de time campeão em Sabará, Djair desfila com faixa do título durante o carnaval da cidade. ARQUIVO PESSOAL
Novamente licenciado das competições oficiais, já que não conseguiu dinheiro para bancar a participação na terceira divisão deste ano, o Siderúrgica tenta sanar divergências internas para retornar em 2018. Caso não consiga, o clube pode perder o registro profissional na Federação Mineira de Futebol – uma nova licença custa 200.000 reais. “Nós vivemos do passado”, afirma o conselheiro e integrante da antiga administração, Ademir Dias. “Nos últimos anos, entramos nas competições só para não perder o registro na Federação. Precisamos recolocar o clube no rumo certo. Acredito que, no ano que vem, voltaremos mais estruturados.”
O último jogador revelado pelo Siderúrgica é o lateral Mayke, que foi vendido ao Cruzeiro em 2010 e hoje atua pelo Palmeiras. Já os craques do passado lamentam o ocaso do bicampeão de Sabará. “O Siderúrgica não merece acabar assim. É uma pena passar pelo estádio onde ganhamos de gigantes como Atlético e Cruzeiro e vê-lo abandonado”, diz o baixinho Djair, único campeão de 64 que ainda vive na cidade. Desiludidos, torcedores formaram um time amador que tem disputado mais jogos que o próprio clube. A equipe foi batizada de “Tartarugão”, em alusão à mascote do Siderúrgica. Mesmo combalido por sucessivos fracassos, Ademir se esforça para manter o tom de otimismo em uma reação, ainda que a passos de tartaruga. “Devagarzinho, as coisas vão se acertar.”
Títulos
Interestaduais
Brazil Region CentroOeste.svgTaça Brasil - Zona Sudeste Central: 1965.
Estaduais
Minas Gerais Campeonato Mineiro: 2 vezes (1937 e 1964).
Minas Gerais Campeonato Mineiro - Módulo II: 1932.
Minas Gerais Torneio Início: 4 vezes (1942, 1951, 1956 e 1965).
Minas Gerais Campeonato Mineiro de Aspirantes: 1938.
Minas Gerais Torneio da Zona Metalúrgica de MG: 1959.
Minas Gerais Copa Belo Horizonte - Juiz de Fora: 1961*.
Minas Gerais Taça Louis Ensch: 1954*.
* Campeão Invicto.
Outras Conquistas
Minas Gerais Campeão Amador de Sabará: 1969 e 1986.
Campanhas de destaques
Minas Gerais Vice-Campeonato Mineiro: 6 vezes (1936, 1938, 1941, 1950, 1952 e 1960).
Ídolos
Michel Spadano - Um dos ídolos do time campeão de 1937, centroavante.
Ceci (Moacyr Paes Leme de Oliveira), o diabolico "center" 1941/42
Paulo Florêncio - Participou da Seleção Brasileira que disputou o campeonato sul-americano em 1942.
Djair - Goleiro, apesar de seu 1,68 m, jogou no clube na década de 1960, sendo campeão mineiro em 1964.
Mário de Lima Pereira - Centro-avante, artilheiro do campeonato de 1964, oriundo do Clube Atlético Mineiro.
Tião - Ponta-esquerda do grande time da década de 1960, jogou ainda no Vasco e foi campeão brasileiro pelo Atlético-MG em 1971.