Ex-camisa 11 reivindica a presidência do diretório estadual de seu partido, o PSB
Romário quer ser prefeito do Rio de Janeiro | Crédito: Lula Marques
Se como jogador ele perseguia títulos e gols, Romário agora mostra ambição política proporcional a sua obsessão pelo milésimo tento nos gramados. Ele tomou posse como senador no início de fevereiro, mas não deixa de perseguir o cargo de seus sonhos.
“Existe uma diferença muito grande entre Legislativo e Executivo. Ser prefeito do Rio de Janeiro é uma responsabilidade do c… É a posição mais charmosa da política. Eu quero ser prefeito do Rio. Existe a possibilidade de eu sair candidato no ano que vem. Mas ainda não tenho 100% de certeza”, diz, em entrevista exclusiva à PLACAR.
Para sedimentar um provável pleito à prefeitura em 2016, o Baixinho reivindica a presidência do diretório estadual de seu partido, o PSB. Segundo ele, como o deputado federal Glauber Braga, atual presidente da sigla no Rio de Janeiro, não atingiu os 5% de votos na eleição exigidos pelo estatuto, o posto tem de ser passado em seu nome.
“Estamos num processo para eu pegar a presidência do partido. Por direito. O atual diretório não atingiu a cláusula de barreira e a direção atual foi destituída. Hoje o partido está acéfalo, parado. Já era pra eu ter sido nomeado presidente e os caras ficam enrolando. Porra! Aí eu tenho que me estressar. Ou dá ou não dá. Não enrola.”
Romário foi alçado à política ainda nos tempos de jogador, quando o presidente do Vasco, Eurico Miranda, abonou sua filiação ao PP. Os dois ainda mantêm boa relação. “Sou amigo do Eurico, gosto dele”, afirma. Além do esporte e da causa pelas pessoas com deficiência, o ex-atacante alardeia que sua principal bandeira é a honestidade.
“Eu decidi ser candidato a senador porque vi que o quadro do Rio de Janeiro só tinha ladrão, corrupto, nego metido em merda, quase na cadeia. Fui eleito com o maior número de votos da história do estado [4,6 milhões]. Nada mais, nada menos me credencia para ser o próximo prefeito do Rio. Se é na eleição que vem ou na outra, não sei. Mas um dia eu serei, isso aí tu pode escrever.”
Crítico do governo e da lentidão para a aprovação de seus projetos no Congresso Nacional, Romário usa da velha ironia e escancara sua insatisfação com os atores do cenário político: “Achava que política era só ladrão e sacanagem. E acertei.”
A entrevista completa de Romário está na PLACAR de abril, que marca os 45 anos da revista e chega às bancas na próxima segunda-feira.
"Ronaldo e Edmundo aprenderam a fazer gol comigo", provoca Romário
Baixinho alfineta ex-companheiros, relembra caneta em Maradona e explica por que esnobou clubes de São Paulo
Romário é o terceiro maior artilheiro da seleção, com 55 gols | Crédito: Oscar Cabral
Maior artilheiro dos 45 anos da PLACAR, Romário marcou mais que Pelé levando-se em conta apenas os gols anotados em torneios oficiais. Foram 734 contra 720 do Rei. Agora senador, o Baixinho cita antigos colegas para explicar o segredo de ter ultrapassado a marca de 1.000 gols (incluindo tentos pelas categorias de base e amistosos) na carreira como jogador:
“Depois do Bebeto, o Ronaldo foi meu maior parceiro de ataque. Mas se eu tivesse a mínima chance possível de marcar, eu não passava nem pra minha mãe. Quem tem que fazer o gol sou eu. Esse era um egoísmo positivo. Se eu tivesse 1% de chance e o fulano 99%, eu tentava sozinho porque sabia que tinha mais condição do que ele. Podia ser qualquer um. Ronaldo, Edmundo… Ninguém fazia gol igual a mim. Todos eles aprenderam comigo.”
Entre seus feitos notáveis também está uma caneta em Maradona, no Maracanã. O lance, logo início da partida contra a Argentina, pela Copa América de 1989, ainda segue vivo na memória de Romário, que adota uma falsa modéstia ao recordá-lo: “Eu nunca olhei pra cara do adversário. Eu olhava para a perna. Abriu, eu botava. Era assim que funcionava”, conta.
O Baixinho também revela que chegou a receber várias ofertas do futebol paulista, mas, diante de todas elas, o apreço pelo Rio de Janeiro falou mais alto. “Eu tive proposta do São Paulo, do Corinthians, do Palmeiras. Mas nunca quis jogar em São Paulo. Longe demais da praia.”
A entrevista completa de Romário está na PLACAR de abril, que marca os 45 anos da revista e já está nas bancas.
Fonte: PLACAR