No dia 12 de março de 2012, Ricardo Teixeira renunciava à presidência da CBF. Por ser o vice-presidente mais velho, José Maria Marin assumiu o cargo e passou por altos e baixos em sua trajetória até aqui. Da nova sede da entidade, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ao 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo disputada no Brasil. Agora, pouco mais de três anos depois, o dirigente deixará o cargo e passará o bastão para Marco Polo Del Nero, eleito o novo mandatário em eleição realizada ainda em 2014.
Nesta quinta-feira, na sede da entidade, Del Nero, que também é membro do Comitê Executivo da Fifa e da Conmebol, será empossado presidente da CBF pelos próximos quatro anos. A previsão é que o dirigente conceda uma entrevista coletiva a partir das 16h. Mas quem pensa que Marin deixará a confederação de vez está enganado. O dirigente poderá até não dar expediente no Rio de Janeiro de segunda a sexta-feira, mas seguirá sendo o vice-presidente da Região Sudeste.
Além de Marin, os outros vice-presidentes da entidade são os seguintes: Fernando José Macieira Sarney, Weber Magalhães, Marcos Antonio de Miranda Ferreira e Fábio Marcel Nogueira. Antes mesmo de assumir o cargo, em conjunto com a atual diretoria, Del Nero fez algumas mudanças na entidade. Alterou algumas diretorias e apostou em profissionais mais jovens para mudar o perfil da confederação, entre elas Gilberto Ratto Ferreira Leite, que assumiu o marketing da CBF no ano passado.
Em entrevista recente ao GloboEsporte.com, Marin falou dos erros e acertos de sua gestão. A derrota por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais da Copa do Mundo, foi considerado o marco negativo da gestão do atual presidente.
- Até hoje eu não me recuperei completamente. Pelo que entendo de futebol, detalhes decidem partidas e campeonatos. Perdemos a Copa do Mundo contra a Colômbia. Fiquei desesperado, e a Marta (jogadora da seleção feminina) viu meu desespero, quando fizemos 2 a 0, gol de falta do David Luiz. A primeira providência tinha que ter sido tirar o Neymar, e depois o Thiago Silva, porque os dois estavam pendurados. Aí o Thiago fez aquela falta no goleiro e o Neymar foi vítima da contusão. Era um detalhe que não podia passar despercebido porque tínhamos um banco muito bom. Não perdemos apenas nosso principal jogador, mas também o lado psicológico.
Nota da redação: o presidente Marin comete um engano, pois, quando David Luiz fez o segundo gol da Seleção, aos 24 minutos do segundo tempo, Thiago Silva já havia recebido cinco minutos antes o cartão amarelo que o tiraria da semifinal contra a Alemanha).
Outro ponto que chamou a atenção na gestão de Marin foi a ousadia ao demitir Mano Menezes no fim de 2012. Disposto a ter um treinador mais experiente, o então presidente da CBF optou por dois veteranos em Copas do Mundo: Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira. A escolha não surtiu efeito e o Brasil acabou derrotado nas semifinais.
Porém, o dirigente vê mais acertos do que erros em sua gestão. O museu da seleção brasileira, a nova sede da CBF e a criação da Série D são sempre exaltados por Marin.
- Eu me sinto muito feliz porque em dois anos, tornamos realidade o sonho da casa própria. A sede da CBF está à altura do futebol brasileiro, o museu destaca de forma merecida a história, o auditório comporta tudo, podemos receber dirigentes de clubes e federações. Saio da presidência no dia 16 de abril. Vocês estão convidados.
Confira abaixo algumas imagens de Marin no comando da CBF: