O técnico Carlos Alberto Parreira foi coordenador técnico da seleção de Felipão em 2014
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"Nada. Paramos no tempo e esquecemos que os outros evoluíram também. Tem que mudar", disse Carlos Alberto Silva, técnico da seleção campeã Pan-Americana de 1987 e medalha de prata nas Olimpíadas de Seul, em 1988.
"Quase nada. Ainda precisamos evoluir muito e por isso que estivemos aqui", concordou Lazaroni, comandante do Brasil na Copa do Mundo de 1990, quando a seleção caiu nas oitavas de final.
A reunião desta segunda-feira contou com ex-treinadores da seleção, que formam chamado o Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro. O evento promovido pela CBF para discutir o futuro do futebol no país contou com a presença de Dunga, Carlos Alberto Parreira, Mário Jorge Lobo Zagallo, Paulo Roberto Falcão, Carlos Alberto Silva, Sebastião Lazaroni, Candinho e Ernesto Paulo. Outros cinco técnicos convidados não puderam comparecer: Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Edu.
REPRODUÇÃO ESPN
Parreira, campeão mundial de 1994 e que teve mais duas passagens pela seleção, em 2006 como treinador, e em 2014 como coordenador técnico, foi mais sutil em sua crítica: "Mudamos pouco. Precisamos evoluir. Essas reuniões serão para propor e colocar em prática ideias que temos para isso", declarou.
O único a ir contra o discurso de poucas mudanças foi Paulo Roberto Falcão, que teve rápida passagem pela seleção brasileira, entre 1990 e 1991, quando foi vice-campeão da Copa América.
"Acho que tivemos evolução com o Dunga, sim. Vi evolução e boas atuações nos amistosos. Jogamos a Copa América com o trauma da Copa do Mundo. Foi a primeira competição. Eu acho que veio na cabeça dos jogadores essa coisa que foi forte para todos nós, imagina para eles que jogaram ou viram da televisão. Com tudo o que sofremos, acho que essa Copa America serviu pra isso, pra tirar esse trauma", lembrou Falcão.
Técnico da seleção no período, Dunga respondeu a simples pergunta de maneira lacônica.
"Progredir e evoluir precisa sempre. É uma data que vai ficar marcada, como ficaram das vezes em que fomos campeões. Não vai ser possível vencer sempre. Todos nós temos que melhorar. Quando falo todos, estou me incluindo e incluindo o torcedor, a imprensa. Meu trabalho não tem a ver com fantasmas do passado ou nada que tenha acontecido", afirmou.