Mas, houve uma ponte no meio do caminho: Deyvison. Ou melhor, o influenciador Vulcão - que, com um celular na mão, tornou a dupla famosa na internet gravando uma espécie de "X1" da criançada.

Quem é melhor dos dois? Pergunta o repórter Diogo Marques, da TV Globo. As respostas são um show de carisma e espontaneidade.

- Eu, eu! Eu já ganhei um monte de decisão, ele só ganhou três para mim. Ganho, dou caneta, dou "saia", dou 360 em tu, faço gol de longe em tu... - diz Zé Bonito.

- Meu Deus do Céu... Eu também faço gol em tu...- retruca Zé Bonitinho.

O sucesso dos vídeos de milhões de visualizações foi tanto que chegou em nomes como Richarlison, do Tottenham, Deyverson, do Atlético-MG, Everton Ribeiro, do Bahia, Reinaldo, do Grêmio, e multiplicou apelidos.

Não são mais apenas Zé Bonito e Zé Bonitinho, mas Mortadela (Jonas Guilherme, de 8 anos), Chicote (Esley Kauan, 8 anos), Nego Ney (Heitor Gabriel, 9 anos) e BH - o "Bruno Henrique Oficial", xará do atacante do Flamengo.

Hoje, Vulcão grava o X1 kids com 12 crianças, mas o número de interessados mirins cresceu tanto que Deyvison tomou a iniciativa de criar um projeto social de futebol para atender a garotada.

Vários meninos e meninas do bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte da capital pernambucana Recife, e de bairros vizinhos começaram a aparecer e o campo atualmente recebe, duas vezes por semana, cerca de 200 alunos.

"Eu gravava futebol de várzea, no sol quente. Muita gente dizia: 'ah, um doido ali no sol quente.' E começamos assim. Nossos vídeos batem em média 1 milhão, 2 milhões, 7 milhões (de visualizações). Teve vídeo que já passou de 14 milhões. Temos pouca estrutura, mas como dá a gente se vira", conta Vulcão 

São parceiros e admiradores do influenciador, apaixonados pelos vídeos na internet, que mantêm o projeto ativo - além dos amigos Deyvid e Tonny, ajudantes nos treinamentos.

- Às vezes eu fico: Jesus, o que é isso que tá acontecendo na vida do meu filho? Eu fiquei morrendo de vergonha no dia que eu fui para a cidade comprar coisas da festa dele, que o povo saía das lojas tudo gritando por ele. E aí o pai dele fazia, não é é ter vergonha não, ele agora está famoso -, reflete Simone Farias, mãe de Zé Bonito.

O poder genuíno, simbólico, de um celular gravando a rotina de crianças sendo elas mesmas.