O Santos Futebol Clube tem praticamente um time completo de jogadores formados nas categorias de base em seu atual elenco profissional. Um dos centros de formação de atletas mais respeitado do país, a Vila Belmiro, berço de Pelé e Neymar, foi tema central na palestra de Ronaldo Lima, coordenador da base santista, que fechou a manhã da Somos Futebol – 2ª Semana de Evolução do Futebol Brasileiro.
Desde a categoria sub-11 até os sub-20, Ronaldo explica que sempre há um elemento do profissional presente nos treinamentos. Hoje, esse papel é desenvolvido por Elano, ex-jogador do clube e da Seleção Brasileira, protagonista desta integração dos Meninos da Vila com a equipe comandada por Dorival Júnior. O técnico, inclusive, acompanha as atividades dos meninos com frequência. Alguns jogadores das categorias sub-15, sub-17 e sub-20 treinam junto aos profissionais uma vez por semana.
A palestra do coordenador dissecou os processos e regras que o Santos aplica em cada segmento e categoria da formação dos jogadores. Segundo Ronaldo, o clube tem 11 anos para profissionalizar o atleta.
– A repetição é o caminho, mas devemos fazê-la com qualidade, para não ser repetida com erro. Precisamos dos nossos profissionais qualificados, para identificar o erro. Não se cruza 20 vezes fora do campo, não se chuta 20 vezes para fora. A repetição deve ser feita, mas com qualidade – alertou.
Como funciona os corredores da Vila
Em boa parte de seu tempo à frente da Somos Futebol, Ronaldo Lima descreveu com detalhes os processos educacionais e operacionais da base santista. Com precisão, o coordenador detalhou as funções e atividades da supervisão de cada categoria – cada uma tem sua própria estrutura técnica, do roupeiro ao supervisor.
Os treinamentos também têm suas especificações técnicas de acordo com a faixa etária dos atletas. Isso personaliza as atividades de acordo com a necessidade. Por exemplo, os exercícios de coordenação são implementados nas categorias sub-11 e sub-13, que são substituídos pela preparação física a partir da equipe sub-15.
– A base é o lugar de errar. Temos que entender que o atleta está em processo de formação. Os treinadores, na ânsia de ganhar o jogo, muitas vezes não são tolerantes. Todo jogador é um artista e gosta de ser elogiado, mas precisa ser corrigido também. Nós passamos mais tempo no clube do que em casa, por isso devemos nos tolerar – afirmou Ronaldo.
Durante os slides, ele mostrou tabelas e planilhas de indicadores de desempenho, como físico, técnico e tático de cada atleta, assim como os indicadores dos profissionais das comissões técnicas.
A formação educacional dos Meninos da Vila
A prioridade do Santos é formar atletas profissionais de futebol. Segundo Ronaldo, a meta é de promover ao elenco principal, pelo menos, de quatro a oito jogadores por ano. Porém, o clube do litoral paulista estabelece como um dos seus pilares a formação do cidadão.
Dentro dos processos de evolução e fortalecimento técnico de cada Menino da Vila, o trabalho pedagógico desenvolvido por psicólogos, pedagogos e assistentes sociais é rico e promove atividades especiais de acompanhamento escolar e serviço de psicologia para atletas e pais. O programa de educação do Santos também leva os jogadores alojados nas instalações do clube a excursões culturais e seminários educacionais. Tudo isso preocupado com a educação:
– Precisamos ter sensibilidade para tratar com pessoas, principalmente com crianças. Ninguém aqui inventa futebol. Não procuramos desenvolver não só o lado do campo, mas também a formação do cidadão.