O CIES Football Observatory se debruçou sobre o futebol feminino e seus cenários em seu último estudo. A entidade analisou a última temporada com encerramento no dia 1º de junho de 2017, pegando 1251 jogadoras nas ligas alemã, francesa, americana, sueca e inglesa para revelar como está a evolução da modalidade – foram levadas em conta as atletas que estiveram em campo ou apareceram no banco de reservas por pelo menos uma vez até a data acima determinada. Um detalhe: essas cinco ligas são as consideradas mais valorizadas em termos econômicos, por exemplo, quando uma profissional garante um contrato comercial. Estando em um desses cinco países, ela terá uma valorização maior.
Voltando à pesquisa, um dado mostrou preocupação na avaliação. Baseando-se no número total analisado de 1251 atletas, a média de idade ficou em 24.1, apontando que as jogadoras mais velhas ainda têm dificuldade em se manter por um longo tempo em ligas colocadas como mais importantes financeira e tecnicamente. Em relação à idade, a NWSL (EUA) tem as atletas mais velhas tanto no elenco como em campo – média de 25.7 anos nos elencos e 26.2 em campo. Um fator que mostra também como a modalidade é valorizada no país e como as jogadoras se mantêm por mais tempo na prática. A cinco vezes melhor do mundo Marta, por exemplo, chegou em abril ao Orlando Pride aos 31 anos. Em segundo, vem a Alemanha com 24 anos nos elencos e a média de 25.5 nos gramados.
Confira como fica a classificação por idade nas cinco ligas:
Quando o cenário é analisado diretamente nos clubes, a idade varia bastante. A diferença da mais nova para a mais velha é grande em quase todas as ligas menos na americana (2,6 anos). O clube que colocou em campo a escalação com mais velhas atletas durante a temporada foi o Rosengard, da Suécia, com média de 28,5 anos. Confira as médias abaixo e note também como apontado acima a pouca diferença entre novas e mais veteranas nos EUA, pegando como exemplo o Sky Blue (25,2) e o Seattle Reign (27.8).
A pesquisa mostra também o número de estrangeiras nas cinco ligas e como esse processo de internacionalização está em crescimento constante. Em 1 de junho de 2017, 274 jogadoras estavam atuando em 55 clubes diferentes de suas nacionalidades – uma média de 5,1 atletas por time. Fatiando por país, a proporção de estrangeiras nos elencos é 1 para cada 5 em todas as ligas, exceto pela liga francesa. Nos campeonatos, as estrangeiras não constam somente como número no elenco das equipes. Elas estão presentes em grande número nos times que vão a campo. Isso reflete o bom momento até mesmo de adaptação das jogadoras que deixam seu país para atuar no exterior. No total, as estrangeiras representam 22,3% dos grupos e jogam 26,3% dos minutos de jogo.
Nos dois casos, os maiores valores foram encontrados na Alemanha, que representam 28% nos elencos dos times do país e estão geralmente em 32,7% dos minutos de um confronto. O detalhe fica por conta da França. A liga conta com o menor número de estrangeiras em seus elencos com 14,1%. Em relação a minutos, elas atuam por somente 16,2% do tempo de jogo. Para se ter uma ideia em relação ao número entre os clubes franceses, atual campeão da Champions, o Lyon tem oito jogadoras estrangeiras no total de 25 atletas que compõem seu elenco principal oficial. Na escalação que começou a disputa pelo título, porém, há uma mistura maior com cinco estrangeiras contra seis francesas – lembrando que o estudo se baseia nas partidas disputadas no campeonato nacional.
DADO A DESTACAR: somente 5 clubes dos 55 analisados não colocaram nenhuma atleta estrangeira em seus jogos com nenhuma estrangeira no elenco. São eles: Hammarby, da Suécia, Rodez, St Étienne e Soyaux, da França, e Chicago Red Stars, dos Estados Unidos. No outro extremo, as estrangeiras estiveram a maioria do tempo nos seguintes times: SC Sand, Bayern de Munique e Wolfsburg, na Alemanha, e Rosengard e Vittsjo, da Suécia. O Yeovil Town aparece com um grande número em razão da presença comum de atletas do País de Gales, algo normal na Inglaterra por estar no Reino Unido.
INFORMAÇÃO INTERESSANTE: O Canadá é o país que mais exporta jogadoras para as cinco ligas analisadas. Pegando como data base o 1 de junho de 2017, das 23 atletas canadenses atuando nas ligas analisadas, 11 delas atuavam nos Estados Unidos. Americanas somam 22 atletas, sendo 10 atuando na Suécia. Holandesas somam também têm 22 atletas atuando em Alemanha e Suécia.
JOGADORAS DE SELEÇÕES PRINCIPAIS
O número de jogadoras de seleções nacionais chega a 39.9% na liga inglesa de futebol muito em razão da numerosa presença de atletas do Reino Unido como um todo. Em minutos atuados, ficam na frente a NWSL (EUA) e a Frauten Bundesliga (Alemanha) com 52.3% e 52.1%, respectivamente.
SUCESSO RELACIONADO A ATLETAS DE SELEÇÃO
Alguns dos times mais bem sucedidos no cenário do futebol feminino mundial contam com maioria de atletas com experiência por suas seleções. A pesquisa cita, por exemplo, o Lyon, que tem quase que na sua totalidade atletas internacionais, ou seja, já convocadas – o número chega a 97.7%. O Wolfsburg, outra grande equipe europeia, tem 97,4%.