A Argentina finalmente pode conquistar finalmente a artilheira do Campeonato Brasileiro. Mas a 1ª vez não será com Lucas Pratto ou Ramon Ábila, assim como não foi com Carlos Tevez, Jonathan Calleri ou Andrés D’Alessandro.
A honraria, na verdade, tem tudo para ser de uma mulher.
Nesta quinta-feira, o Santos para enfrentar o Corinthians pelo título do Campeonato Brasileiro feminino, com a ótima vantagem de ter vencido o jogo de ida por 2 a 0.
E em campo estará a argentina Florencia Soledad Jaimes. Sole, como é conhecida, tem 17 gols e é a atual artilheira da competição, com dois de vantagem para a corintiana Byanca Brasil.
Assim, ela pode fazer o que a Argentina nunca conseguiu: ter a atleta com mais gols em um campeonato brasileiro.
Entre os homens, o Brasileirão só teve um artilheiro estrangeiro: o uruguaio Pedro Rocha, que anotou 17 gols pelo São Paulo em 1972. Entre as mulheres, o campeonato existe desde 2013. Até agora, só brasileiras foram artilheiras.
Aos 28 anos de idade, ela começou a jogar futebol ainda pequena e começou a carreira no Boca Juniors, time do coração. Depois, ainda jogou pelo arquirrival River Plate antes de desembarcar no Brasil.
Chegou em 2013 em terras verde-amarelas para defender o Foz. Ainda passou pelo São Paulo antes de ser contratada pelo Santos em 2015. No ano passado, já foi a artilheira do Campeonato Paulista, mas acabou perdendo o título para o Rio Preto.
Por aqui, claro, está longe de ser uma celebridade ou de ganhar um alto salário. Mesmo assim, vive uma vida muito melhor que a que tinha na Argentina.
“Lá eu recebia bem menos do que aqui, e ainda assim tinha uma das melhores estruturas da Argentina. Eles davam prêmios quando éramos campeãs. Além disso, davam chuteiras, tênis, uniforme, tudo da Nike, então não precisávamos nos preocupar de comprar chuteiras. Até porque se tivesse que comprar, com o que eu ganhava, não conseguiria ir aos treinos o mês todo”, disse no ano passado, em entrevista à Folha de S. Paulo.
"Sem apoio econômico, falta preparo físico às argentinas. Então, o nível cai muito quando o cansaço chega no final das partidas. O futebol brasileiro é muito diferente, e por isso acredito que estou vivendo meu melhor momento na carreira. Na Argentina, eu também era artilheira, mas aqui é muito mais difícil", completou.