É muito fácil encontrar na imprensa as dificuldades que estão vivendo os clubes profissionais do Brasil. Antes, isso era assunto proibido e revelar débitos dava a impressão de se estar abrindo uma caixa preta.
Agora não, mesmo porque virou lugar comum o clube confessar o passivo e falta de recursos.
Poucos têm jogadores para negociar e os que possuem ativos negociam sem remorso, como é o caso recente de Atlético e Cruzeiro, que perderam jogadores importantes.
O futebol brasileiro está vivendo uma situação parecidíssima com o nosso país. O descontrole tomou conta e chegou a hora de pagar a fatura.
Os empresários já há algum tempo colocam no exterior atletas em início de carreira e, de vez em quando, a gente assusta com garotos saídos do Brasil e jogando no exterior sem terem passado pelas equipes importantes da elite.
Não bastasse esta distorção, veio junto o delírio de pagar salários europeus a jogadores considerados craques sem que provassem a fama em campo. Aí estão muitos deles tentando ser recolocados pelos dirigentes e até pagando parte dos salários para aliviar o rombo. Direitos trabalhistas e de imagem atrasados. Falta de seriedade nas declarações e irresponsabilidade sem cobrança. Cada um deixando o pepino para o sucessor.
O veto da presidente à proposta de reparcelar dívidas sem contrapartida foi mais do que acertada. Ajuda sim, é bem vinda. Perdão é tapa na cara do contribuinte. O futebol precisa tomar juízo. Acabou a farra.