“Por quê?”. Talvez esta seja a pergunta que Lucas Ribeiro Silva, de 16 anos, mais escutou desde que decidiu levar à diante o sonho de ser árbitro profissional. Ao contrário da maioria esmagadora dos jovens da sua idade, que sonham em ser jogadores no milionário mundo da bola, o belo-horizontino escolheu a função de dominar e pôr em prática as regras do esporte mais amado no Brasil.

Atualmente no 1ª ano do ensino médio, foi ainda no fundamental que Lucas se encantou pelo apito. Como ele mesmo conta ao Hoje em Dia, tudo começou em 2016. “Eu jogava futsal na escola, mas não era muito bom. Então, comecei a perceber mais o esporte, a ver na TV e passar aos meu amigos o que eu via e sabia”, relata o garoto.
“A partir disso, comecei a estudar mais, a obter mais conhecimentos das regras e também da postura que um árbitro deve ter”, acrescenta.

Passos firmes

Cada dia mais empolgado com os conhecimentos adquiridos, Lucas começou a apitar partidas de futsal e society em escolinhas próximas à sua casa. Aos 13 anos, foi acolhido num projeto de inclusão social, o Divisão de Base de Árbitros de Futebol (DBAF). 

“Em 2017 foi quando eu comecei a enxergar, de fato, o que é ser um árbitro. Tive a oportunidade de conhecer a Federação Mineira e começar uma boa relação com os profissionais consagrados”, diz o estudante, que traduz a profissão como “encantadora”.

No ano passado, Lucas deu mais um passo importante, se inscrevendo no curso do Sindicato dos Árbitros de Futebol. Aprovado, ele começou a apitar partidas de campo. Segundo ele, este era o grande objetivo, após ganhar “experiência” nas quadras e nos gramados sintéticos.

Curso da FMF

Contudo, nada se compara ao atual momento vivido pelo jovem de 16 anos. Há cinco meses como aluno do Curso da FMF, ele vai ganhando espaço e deve concluí-lo em janeiro de 2020. A partir daí, se tornará oficialmente o mais jovem do quadro da entidade máxima do futebol mineiro.

Sonhando alto no mundo da bola, Lucas só poderá comandar partidas da base. Estrear no amador e, posteriormente, no profissional, acontecerá apenas quando chegar aos 18. Enquanto isso, seguirá ouvindo: “Por que, Lucas?”.